App desenvolvido na USP ajuda a treinar fala de crianças com Down

A novidade é uma tecnologia assistiva que pretende melhorar a qualidade de vida de pessoas com dificuldades de fala

Em fundo azul, ícone de um smartphone em branco
Compartilhe:

Um aplicativo saído dos laboratórios do Departamento de Computação e Matemática, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da Universidade de São Paulo (USP,) treina fala de pessoas com síndrome de Down. Trata-se do SofiaFala, sistema inteligente, interativo e gratuito que roda em celulares e tablets com Android (por enquanto). O objetivo é aproximar pais, fonoaudiólogos e pacientes por meio de aprendizado de máquina e da inteligência artificial.

A novidade é uma tecnologia assistiva que pretende melhorar a qualidade de vida de pessoas com dificuldades de fala. O sistema capta sons e imagens produzidos durante a execução do exercício fonoaudiológico. Na sequêncuam os analisa e oferece dois tipos de respostas sobre a performance da criança: uma lúdico-educacional, com orientações para o paciente e para o responsável pelo treino; outra, com dados métricos e estatísticos para o fonoaudiólogo avaliar, acompanhar e orientar a evolução clínica da criança.

Especialista em sistemas de computação e uma das coordenadoras do projeto SofiaFala, Alessandra Alaniz Macedo, professora da FFCLRP, adianta que um protótipo do aplicativo já está em fase de testes por usuários da ONG RibDown-RP, do Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto (CIR-HE) e de clínicas particulares.

A professora comenta que, por ser de fácil operação, o SofiaFala pode ser utilizado pelas pessoas em suas próprias residências, seja com supervisão dos pais ou até mesmo sozinhas.

À medida que ela repete movimentos e sons – um beijo, um estalo de língua ou um sopro – e até mesmo quando articula uma palavra ou uma frase, o aplicativo manipula a informação e compara com um modelo adequado de produção desses sons. Em caso de dúvidas, a criança ou o tutor pode acessar imagens, vídeos e sons de orientação com um simples toque.”

Enquanto os algoritmos inteligentes do SofiaFala respondem – reconhecendo e analisando os sons e imagens – sobre performance e adequação dessa criança ao desempenho do exercício, o profissional que a acompanha também é abastecido pelas informações do aplicativo. Sobre a interface de máquina (smartphone), “o sistema é flexível e permite a criação de treinos que se adaptem às características do usuário (paciente), conforme o tratamento evolui”, diz a especialista.

A taxa mundial de incidência da Síndrome de Down é de um para cada 700 bebês. No Brasil, nascem por ano 4 mil bebês com SD e existem aproximadamente 300 mil brasileiros com a síndrome, incluindo todas as faixas etárias.

A SD é uma alteração genética no par do cromossomo 21 que, dentre outros fatores, compromete o intelecto e a fala de quase cem por cento das pessoas diagnosticadas. Porém, sabe-se que estímulos e terapias integradas com uma equipe multiprofissional favorecem o desenvolvimento da fala e da comunicação e, consequentemente, a qualidade de vida.

As tecnologias assistivas, cada vez mais presentes na vida de pessoas com deficiência intelectual, motoras e psíquicas, podem melhorar habilidades de comunicação e de fala, mas ainda não estão adaptadas à realidade brasileira. Os sistemas que lhes dão vida rodam, principalmente, no idioma inglês, o que requer alto custo econômico de famílias, cuidadores e equipe de cuidado.

É nesse contexto que surge o grupo de pesquisa SofiaFala, criando e distribuindo “um software para auxiliar no trabalho de desenvolvimento da fala e sua inteligibilidade”, garante a coordenadora do grupo.

Um aplicativo para dispositivo móvel, inteligente, gratuito e que apoie a criança com SD e seus cuidadores na execução dos treinos fonoaudiológicos em casa. E, também, que ofereça ao fonoaudiólogo mecanismos para realizar a prescrição de treinamentos e um acompanhamento mais eficiente da evolução da fala das crianças com SD. Com informações da USP.

Fonte: Portal Notícias ao Minuto

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *