Cinco pontos-chave para a inclusão de pessoas com deficiência na resposta à COVID-19

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Desigualdades, agravadas pelo impacto da doença sobre as pessoas com deficiência, não são novidades

Pessoas com deficiência representam cerca de um bilhão ou 15% da população mundial. Aproximadamente 80% delas estão em idade para trabalhar, mas enfrentam enormes barreiras, que dificultam a igualdade de oportunidades no mundo do trabalho.

Durante essa crise, é necessário que as pessoas possam atuar, interagir e se comunicar de formas diferentes das que estão acostumadas. Contudo, as desigualdades, agravadas pelo impacto da COVID-19 sobre as pessoas com deficiência, não são novas. Na resposta à doença, o risco é de que elas sejam novamente deixadas para trás. 

A recente publicação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), “Pessoas com deficiência na resposta à COVID-19”, lista cinco pontos-chave para a inclusão na resposta à pandemia da COVID-19.

Adotar medidas de apoio para promover a igualdade

Políticas de trabalho de casa devem assegurar que as(os) trabalhadoras(es) com deficiência disponham das adequações necessárias em suas casas, tais como as que deveriam existir em seu local de trabalho habitual. Outras medidas de autoisolamento como resposta à COVID-19 devem levar em consideração a situação particular das pessoas com deficiência, incluindo o fato de algumas necessitarem de assistência pessoal.

Assegurar uma comunicação acessível e inclusiva

Toda comunicação relacionada à saúde pública, à educação e ao trabalho sobre a pandemia, incluindo arranjos de trabalho de casa, devem ser acessíveis às pessoas com deficiência, inclusive por meio do uso da linguagem de sinais, legendas e websites com tecnologia específica. 

Proporcionar proteção social adequada

A proteção social é essencial para que as pessoas com deficiência possam cobrir gastos extras relacionados a elas, que podem aumentar devido ao impacto da crise e impactar os seus sistemas de apoio. Pessoas com deficiência, especialmente mulheres, fazem parte de um grupo que enfrenta taxas de desemprego mais elevadas. Por isso, agora mais do que nunca, as medidas de proteção social, sensíveis às questões de gênero, devem ser construídas de forma a apoiá-las a entrar, permanecer e progredir no mercado.

Assegurar o direito do trabalho agora e sempre

O diálogo social e a participação são fundamentos base dos movimentos pelos direitos das pessoas com deficiência e pelos direitos trabalhistas. E em meio à atual pandemia, são mais necessários do que nunca. A multiplicidade de pontos de vista – dos governos, das organizações de trabalhadores e de empregadores e das organizações de pessoas com deficiência – oferecem uma variedade de soluções. Portanto, é indispensável a implementação das Normas Internacionais do Trabalho e de outros instrumentos de direitos humanos, especialmente a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

Mudar a narrativa

Para atingir todos os pontos mencionados anteriormente, é fundamental incluir pessoas com deficiência como cocriadoras das respostas à COVID-19, como defensoras e usuárias, e não como vítimas. Todas as crises trazem oportunidades e a oportunidade do momento é promover a inclusão de todos os grupos anteriormente discriminados – incluindo as pessoas com deficiência – como elemento central em todas as respostas à pandemia.

Fonte: Nações Unidas do Brasil

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