Toda empresa, independente do setor econômico, tem condições de cumprir a Lei de Cotas. Foi o que mostrou a sessão solene que abriu nesta quinta-feira, 24, as comemorações dos 23 da Lei de Cotas, que promove a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. O evento aconteceu no auditório da Biblioteca Mário de Andrade, no centro da cidade de São Paulo.
“Já está mais que provado, todos podem cumprir a Lei de Cotas. Vamos começar a ter pessoas com deficiência até mesmo na polícia de São Paulo. Isso mostra que não há espaço econômico em que as pessoas com deficiência não possam participar, não há nenhum conhecimento da esfera humana que a pessoa não possa participar”, reforçou o Superintendente Regional do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros.
Prova disso são as metalúrgicas de Osasco e região, que preenchem 91,1% das vagas da Lei de Cotas. “A cada 10 vagas para pessoas com deficiência na metalurgia, nove estão ocupadas. Metalúrgica a gente sabe é um setor de risco alto, portanto não tem desculpas para não cumprir a Lei”, ressaltou o diretor do Sindicato João Batista, que também é secretário de Inclusão da Pessoa com Deficiência da Força Sindical SP.
Atualmente, segundo o censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil, são quase 46 milhões de pessoa com deficiência, o que representa 23,9% da população. Só no Estado de São Paulo, são 9,344 milhões. Deste total, de acordo com a RAIS 2012, do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), o Estado tinha 106.133 pessoas empregadas formalmente.
“Para cada vaga na Lei de Cotas só uma é cumprida, mas não falta escolaridade. O Censo do IBGE mostrou que tem 10.200 mil pessoas com superior e ensino médio completo. A Lei de Cotas, se for cumprida 100%, cabe 1 milhão de pessoas nela, quer dizer caberia dez Leis de Cotas só pelo nível de escolaridade que o mercado quer”, enfatizou o vice-presidente do Sindicato, Carlos Aparício Clemente, que também é coordenador do Espaço da Cidadania.
Proteção da Lei de Cotas
A secretária de Pessoa com Deficiência do governo de São Paulo, Linamara Rizzo Battistella, reforçou que a Lei de Cotas deve ser protegida, precisa ser celebrada e lembrada. Além disso, reconheceu o trabalho de Clemente, como dirigente sindical, na inclusão de pessoas com deficiência.
“Nós não faríamos este encontro e nós não teríamos avançado se nós não tivéssemos esta grande parceria com o movimento sindical. E ela não aconteceria se a gente não tivesse Carlos Clemente a frente desta luta. Hoje é um dia de festa”, avaliou.
Linamara também enfatizou a importância da união de forças. “Juntos podemos fazer a transformação da nossa sociedade, por meio dela podemos fortalecer a produção e as riquezas do nosso país. Riquezas materiais e riquezas morais. Em que todos podem contribuir”.
Carta em Apoio
Uma carta de apoio ao direito ao trabalho das pessoas com deficiência foi apresentada e aprovada por aclamação, durante a solenidade dos 23 anos da Lei. Ela foi lida por Marinalva Cruz, coordenadora do Padef (Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência).
Atrações culturais
Após a solenidade diversas atividades aconteceram no centro da cidade, entre elas apresentações culturais, caminhada pelas ruas do centro até o Teatro Municipal e soltura de balões ecológicos.
Fonte: Sindmetal