Pensando em “devolver a vida” para a área central, começam hoje os trabalhos de revitalização e reestruturação da região de Mogi das Cruzes, em São Paulo, começando pelo alargamento das calçadas na Rua Professor Flaviano de Melo. O objetivo é tornar o Centro mais dinâmico e priorizar o pedestre. Durante 45 dias, as equipes estarão concentradas no trecho da via entre as ruas Braz Cubas e Sebastião Furlan, na entrada do Terminal Central, onde serão feitos os serviços de drenagem do trecho.
O trânsito sofrerá interdições com o acompanhamento dos fiscais da Secretaria Municipal de Transportes. O tráfego de veículos na Rua Professor Flaviano de Melo será interditado entre as ruas Sebastião Furlan e Tenente Manoel Alves dos Anjos. Para o motorista que estiver na região da Praça dos Imigrantes e desejar cruzar ou acessar a região central, o ideal será utilizar os corredores das ruas Ipiranga ou Engenheiro Gualberto, acessando pela Presidente Campos Salles. A circulação de ônibus no Terminal Central não será afetada.
“O Centro não será mais um local de carro parado. Queremos devolver a vida, o dinamismo, fazer com que as pessoas andem na área central, como acontecia antigamente. Para isso, tiraremos os estacionamentos das ruas estreitas e alargaremos as calçadas. Essa experiência de andar na área central deve ser prazerosa. Com isso, com certeza teremos investimento em prédios residenciais no centro”, disse o prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD).
O prefeito citou os benefícios para a saúde e a qualidade de vida de moradores agraciados com medidas semelhantes em cidades como a de Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde o administrador esteve durante as férias de 2012. “Estudos mostraram que a Cidade conseguiu combater a obesidade, que é um dos maiores problemas de saúde dos americanos, só incentivando a caminhada na área central. É um convite ao conforto”, avaliou.
Com as obras de alargamento das calçadas, a tendência – espera o prefeito – é que o comércio se adapte à vida noturna. “É um processo natural que eu acredito que vá acontecer em Mogi. Nós temos vários prédios abandonados que estão sendo recuperados e ganhando uma utilização pública, muitos deles, ligados à cultura. Isso faz com que o Centro se movimente durante a noite. Um exemplo é o prédio da Telefônica, que agora é da administração municipal e será um centro cultural”, disse. O prédio, em frente à Catedral de Santana, deverá começar a funcionar em dezembro, com exposições, mostras e apresentações.
Obras
Na Rua Professor Flaviano de Melo, as obras do primeiro trecho compreendem o sistema de drenagem entre as ruas Braz Cubas e Sebastião Furlan. “Essa intervenção será necessária porque toda a água da chuva deve ser direcionada ao Ribeirão Ipiranga, que passa pelo Terminal Central”, explicou o secretário municipal de Obras, Cláudio de Faria Rodrigues.
Os trabalhos devem durar 45 dias. “Vamos avançar até a Rua Braz Cubas neste período e, em paralelo, trabalharemos no padrão urbanístico do Centro, que deve ocorrer da Rua Braz Cubas para frente”.
O investimento municipal será de R$ 2.889.210,65 e os trabalhos serão desenvolvidos pela empresa Azevedo & Travassos. As obras compreenderão uma extensão de aproximadamente 400 metros da Rua Professor Flaviano de Melo, entre as ruas Braz Cubas e Padre João, e de 70 metros na Praça Monsenhor Roque Pinto de Barros, entre as ruas Doutor Paulo Frontin e Flaviano de Melo.
Na Flaviano de Melo, as calçadas de um dos lados da via passarão a ter 1,50 metro de largura e o espaço para a passagem dos carros terá 3,50 metros, com piso intertravado. Todo o restante será para a outra calçada, que também terá bancos, lixeiras, bicicletários e espaços semelhantes a pequenas praças. A estrutura terá acessibilidade total para pessoas com deficiência e um trabalho de paisagismo especialmente desenvolvido para o projeto.
O trânsito será feito no sistema traffic calm, utilizado nas principais cidades do mundo e que dá preferência para a circulação do pedestre. O piso por onde os carros passarão terá cor diferente das calçadas e será delimitado por balizas, que indicarão o limite entre o espaço dos veículos. (Jamile Santana – Especial para O Diário)
Fonte: O Diário de Mogi