Cientistas apresentam braços artificiais controlados pelo cérebro

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Imagine um braço artificial para amputados que pudesse ser acoplado diretamente ao esqueleto e conectado eletronicamente ao sistema nervoso do paciente, permitindo a ele não só mover e controlar a prótese de maneira muito mais cômoda e refinada, mas também sentir os objetos que toca com sensibilidade aguçada — a ponto de poder pegar um ovo, segurá-lo e balançar o braço de um lado para o outro sem quebrá-lo.

Um protótipo desse braço já existe, e vem sendo usado com sucesso há mais de um ano por um paciente voluntário na Suécia, segundo um trabalho publicado na edição desta semana da revista Science Translational Medicine.

“Usamos a técnica de osseointegração para criar uma fusão estável de longo prazo entre homem e máquina, integrando-os em diferentes níveis”, diz o autor principal das pesquisa, Max Ortiz-Catalan, em um texto divulgado pela Universidade de Tecnologia Chalmers, em Gotemburgo.

Em um vídeo, é possível ver o paciente (um motorista de caminhão no norte da Suécia, que teve o braço direito amputado acima do cotovelo dez anos atrás) realizando várias tarefas manuais. Ele tira e coloca a prótese com a mesma facilidade de alguém que encaixa e desencaixa a broca da ponta de uma furadeira. Os eletrodos implantados na musculatura, que lhe permitem controlar a peça, estão embutidos numa haste de titânio que foi parafusada ao osso do seu braço (semelhante ao que se faz com implantes dentários). Nesse sentido, é como se ele estivesse “plugando” eletronicamente a prótese ao braço, e não apenas encaixando-a mecanicamente, para então controlá-la com o cérebro.

Em outro artigo publicado na mesma edição da Science Translational Medicine, pesquisadores de Cleveland, nos EUA, apresentam os resultados experimentais de uma tecnologia semelhante, em que as próteses não são fixadas ao osso, mas também possuem eletrodos implantados no braço que, associados a um software de processamento de informações sensoriais, proporcionam uma sensibilidade tátil muito mais refinada ao usuário. Segundo os pesquisadores, dois pacientes voluntários que utilizaram as próteses por longos períodos foram capazes de executar tarefas delicadas, como arrancar os “cabinhos” de cerejas, e identificar diferentes formatos e texturas de objetos (por exemplo, diferenciando entre uma lixa e um chumaço de algodão), apenas com a sensação artificial de tato proporcionada pela prótese (sem olhar para os objetos).

Fonte: Estadão

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