Lei de cotas: 27 anos na estrada

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Dias desses, em uma breve busca de projetos que participamos no passado, nos deparamos com uma matéria de 2009, com o seguinte título: “18 anos após a chamada Lei de Cotas, multiplicam-se programas para empregar pessoas com deficiência”. Parece que foi ontem que a lei alcançou a maioridade, mas já se passaram quase dez anos!

Ao ver a matéria, de imediato nos transportamos para aquele tempo. Estávamos na Prefeitura de São Paulo, onde inclusive começamos nossa jornada na inclusão. Tínhamos recém-lançado o Sem Barreiras no Trabalho, um projeto criado para cobrir a lacuna de desinformação sobre inclusão e acessibilidade nas empresas. A mesma lacuna, que procuramos sanar ao longo da nossa passagem pela Câmara Municipal de São Paulo, pela Câmara Federal e agora como causadores na Santa Causa.

Os programas para empregar pessoas com deficiência multiplicaram-se, é verdade. E, sem entrar no mérito da qualidade desses programas, temos visto anúncios de vagas, campanhas e outras diversas iniciativas por aí. Mas também, temos visto muitas pessoas desempregadas, com dificuldade de encontrar trabalho em suas áreas e, ainda, discursos e situações de discriminação.

Nessa viagem ao tempo, recordamos também de poucas e boas que a Lei de Cotas já passou e superou. Imagina só quanta história ela carrega nesses 27 anos. Aliás, hoje faz parte diretamente da história de 418 mil brasileiros com deficiência formalmente empregados, que é o número apresentado pelo Ministério do Trabalho. E cada um tem a sua história, que envolve o conjunto de conquistas e frustrações que fazem parte do dia a dia de um trabalhador. As pessoas só precisam de oportunidade para mostrar o seu valor.

Por essas e outras, segue vigorando como uma das principais políticas públicas de inclusão que temos em nosso país. Por essas e outras, dia 24 de julho é dia de celebrar. Por outro lado, o quadro ainda precisa melhorar e de energia para ganhar força. Esses 418 mil tem potencial para virarem mais de 1 milhão. Por essas e outras, a Lei de Cotas ainda é uma política de ação afirmativa essencial em nossa sociedade.

Quando superarmos o preconceito, a discriminação e as desigualdades de oportunidades, talvez ela não seja mais necessária. Quando olharmos as empresas e percebermos que refletem a diversidade da sociedade, em todas as suas unidades e seus cargos, sem discriminação, aí certamente ela não será necessária. Mas, ainda não chegamos lá!

Então, que siga forte! E junto com outras iniciativas, ações e políticas amplifique o lema de não deixar ninguém para trás, e de que juntos somos mais fortes.

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