A Escola Radical de Surf de Santos (SP) apresentou, na manhã deste sábado, uma prancha multifuncional para auxiliar alunos com deficiências. O coordenador da escola, Cisco Araña, desenvolveu o equipamento baseado na experiência com alunos cegos, tetraplégicos, déficit de atenção, Down, autistas e os que sofrem de paralisia cerebral.
O equipamento contém vários elementos adaptáveis (módulos removíveis), construídos de material flexível e anti-impacto, que permitem anatomicamente um encaixe mais seguro para o aluno durante as atividades. Segundo Araña, a nova prancha foi uma adaptação de outro modelo lançado há sete anos.
– É uma evolução da (prancha) desenvolvida em 2007, para pessoas com deficiência visual, dentro do Projeto Sonhando Sobre as Ondas, que apesar de excelente se mostrou mais limitada para outras patologias – revelou Cisco.
Primeiro surfista cego do Brasil, Valdemir Pereira, de 45 anos, esteve no lançamento do novo equipamento. Ex-aluno da Escola Radical de Surf, ele aprovou as adaptações e comemorou a iniciativa.
– Fico muito satisfeito, sabemos que aqui o artigo 5º da Constituição está sendo cumprido, com igualdade e oportunidade para todos – afirmou Valdemir.
Além da prancha multifuncional, a escola radical inaugurou o Núcleo de Terapia com Pranchas de Surf Adaptadas para Pessoas com Deficiência, que oferecerá aulas às segundas-feiras e já conta com 20 crianças com necessidades especiais inscritas. A Escola Radical de Surf fica na Praia da Pompéia e conta com dez professores que realizam aulas de surf e body board.
Fonte: Globo Esporte