Fórum em São Paulo trata da empregabilidade da pessoa com deficiência


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Daniel Limas, da Reportagem do Vida Mais Livre
É fato que o mercado de trabalho para pessoas com deficiência está melhor hoje que há 19 anos, quando a Lei de Cotas (Lei 8213/91) foi criada. Mas ainda há muito o que melhorar. Essa é uma das conclusões do 24º Fórum Serasa Experian de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência, que foi realizado em 03 de março de 2011, no Auditório da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em São Paulo.
A primeira palestrante do dia foi Susanne Bruyère, diretora do Employment and Disability Institute Cornell University, de Nova York, que falou sobre a atuação do instituto em que trabalha e sobre a realidade do mercado de trabalho para pessoas com deficiência nos Estados Unidos. Segundo a pesquisadora, ainda há muita disparidade ao se comparar salário e quantidade de postos de trabalho com o das pessoas sem deficiência.
“Por exemplo, a renda média anual das pessoas sem deficiência é de US$ 61 mil, enquanto a renda média para o público com deficiência é de menos de US$ 40 mil”, afirma Susanne. Ela também trouxe um importante dado ao informar que, nos EUA, US$ 220 bilhões estão na mão de pessoas que têm algum tipo de deficiência. Ou seja, é um enorme e potencial mercado consumidor.
Susanne Bruyère

Susanne também falou durante o evento que não é caro adequar o local de trabalho para receber um profissional com deficiência, ao contrário do que pensa a maioria das pessoas e empresas. “Cerca de 30% das empresas têm dificuldade em adaptar o local de trabalho. Mas poucos sabem que 80% das mudanças custam menos de US$ 1 mil, nos EUA. É muito mais barato do que desligar o profissional com deficiência, pagar seus encargos, e contratar e treinar uma pessoa que não conhece a empresa.”

A pesquisadora ressaltou, ainda, que um ambiente de trabalho inclusivo e uma liderança preparada trazem relevantes ganhos de produtividade e lucratividade em qualquer empresa.
No Brasil
Neste mesmo Fórum, Hélio Zylberstajn, presidente do Instituto Brasileiro de Relações do Emprego e Trabalho (IBRET), e José Pastore, professor de Relações do Trabalho da Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo, falaram sobre a realidade do mercado de trabalho para pessoas com deficiência no Brasil.
Hélio ZylberstajnHélio Zylberstajn ressaltou que a proporção de pessoas com deficiência é semelhante nos Estados Unidos e no Brasil, mas a participação dessas pessoas no mercado de trabalho em nosso país é menor que nos EUA.
O professor também afirmou que a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é vantajosa para as empresas. “Com a inclusão, o ambiente de trabalho ganha em coesão, há melhor troca de informação, menos conflitos, mais criatividade, mais comunicação e, como consequência, melhor desempenho da empresa”, afirma.
Ao analisar as informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) – São Paulo, as ocupações com maior crescimento em 2010 entre os trabalhadores com deficiência foram auxiliar de escritório, em geral, e assistente administrativo. E as atividades econômicas que mais contrataram este público, neste mesmo ano, foram Bancos e Atendimento Hospitalar. O professor também constatou que existem mais de 2.500 ocupações catalogadas segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), mas as pessoas com deficiência só ocupam cerca de 1.500 delas. É certo que essas pessoas não estariam aptas para trabalhar em todas elas, mas certamente ainda há muitas outras em que poderiam atuar.
Para finalizar, Hélio Zylberstajn ressaltou que não empregar pessoas com deficiência causa prejuízos à sociedade. “A não contratação transfere para a sociedade um grande custo, pois se essas pessoas não conseguem se sustentar, o governo tem que criar políticas públicas. Este custo deveria ser das empresas e não dos contribuintes”, afirma.
José PastoreA última apresentação do dia foi de José Pastore, que também afirmou que houve avanços significativos na quantidade de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mas reconhece que ainda falta muito. “Para melhorar esse número, as empresas devem conversar entre si, trocar experiências e aprender com quem já fez a inclusão. Isso reduz preconceitos e apreensões”, afirma.
Ele ainda sugeriu que a Lei de Cotas seja ampliada, pois hoje a legislação existente só atinge parte dos trabalhadores – os que são registrados em carteira de trabalho. “Hoje em dia, existem diversas formas de trabalho. Há pequenos empreendedores, há quem trabalhe por conta própria, há os autônomos, o trabalho temporário e os terceiros”, enumera. “E ninguém obriga que esse contingente contrate pessoas com deficiência”, explica. Ele citou o exemplo da Petrobras, que possui cerca de 80 mil trabalhadores registrados, mas existem outros 280 mil terceiros envolvidos em empresas que trabalham direta ou indiretamente para ela.
Outra ideia apresentada pelo professor é a criação de um fundo para qualificar estes profissionais. Muitas empresas dizem não conseguir cumprir a Lei de Cotas por falta de profissionais qualificados. “Então, que tal criar um fundo mantido por empresas que não conseguem cumprir a cota? O dinheiro poderia ir para a qualificação, reabilitação e acessibilidade.”
O objetivo dos Fóruns Serasa Experian de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência é promover a troca de experiências e fazer com que esses encontros se traduzam numa ferramenta eficaz de responsabilidade social, para o crescimento da empregabilidade das pessoas com deficiência no País. Os desafios da inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho vêm sendo constantemente discutidos nesses fóruns.
Fotos: Fabio Moreira Salles / Casa da Photo

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