Kica de Castro e a moda inclusiva


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Daniel Limas, da Reportagem do Vida Mais Livre

Em 17 de março, o Vida Mais Livre publicou na seção “Álbuns de fotos” a galeria Desfile inclusivo “A Diversidade na Passarela”, da fotógrafa Kica de Castro. A beleza das fotos é inegável, isso sem falar na temática. Diante de tudo isso, a equipe do Portal ficou curiosa para conhecer um pouco mais sobre esta profissional e sobre o mercado em que ela trabalha. Você pode conferir o resultado abaixo, nesta entrevista exclusiva para o Vida Mais Livre.

Desde 2007, Kica de Castro tem uma agência de modelos com alguma deficiência. Hoje, Kica tem em seu casting 70 modelos, homens e mulheres, entre 4 e 60 anos de idade. Os modelos que ela agencia estão aptos a fazer desde desfiles até mesmo comerciais para televisão.
Vida Mais Livre: Por que você decidiu se especializar em fotos de pessoas com deficiência?
Kica de Castro: Em 2002, fui trabalhar como chefe de fotografia em um centro de reabilitação para pessoas com deficiência física. Lá, as pessoas estavam com a autoestima bem baixa. No ano seguinte, resolvi desenvolver a Fototerapia, que consiste em resgatar a autoestima, por meio do auxílio das fotos. Estudei muito as patologias, perguntava, aproveitava que eu tinha que registrar as sessões de fisioterapia e ficava observando e perguntando.
Em 2005, as meninas, agora, com a autoestima mais que elevada, começaram a cobrar oportunidades como modelo no mercado de trabalho, no entanto, havia poucas oportunidades e sobrava preconceito. Então, comecei a fazer uma pesquisa e vi que na Europa essa temática era mais evoluída que no Brasil.
Por exemplo, na Alemanha há um concurso de beleza: “A mais bela cadeirante”, na França e na Inglaterra, há um reality show só para pessoas com deficiência e aqui no Brasil, nada.
VML: Hoje, você possui uma agência de modelos com deficiência. Por que decidiu abrir esta empresa? Existem quantos modelos em sua agência?
Kica: Resolvi montar a agência em 2007 e, assim, batalhar por oportunidades, conforme encontrava os talentos. Desde então, cada dia foi uma nova conquista.
Comecei a desenvolver essa empresa porque vi que aqui no Brasil, o que faltava era alguém mostrar que a beleza e deficiência não são palavras opostas. Como não havia ninguém disposto a aceitar esse desafio, resolvi mergulhar de cabeça nesse projeto. Hoje, estamos com 70 modelos, homens e mulheres, entre 4 e 60 anos, com variadas deficiências.
VML: A procura por este público está crescendo?
Kica: Sim, graças a Deus. Antes, eles eram mais procurados para participar de “anúncios de assistencialismo”. Hoje, as empresas já começam a solicitar para fazer comerciais de produtos de consumo, entre eles, incluindo a moda.
VML: Para que situações, geralmente, eles são contratados?
Kica: A maioria ainda atua em eventos e em recepções. Mas, nas passarelas de moda, a presença deste público já está bem mais comum.
VML: Quais são as principais diferenças de fotografar pessoas com ou sem deficiência? São necessários alguns cuidados especiais?
Kica: Requer paciência e conhecimento das patologias. Muitas modelos precisam de ajuda para fazer determinadas poses e, após as fotos, necessitam de alguns minutos para relaxar.
Nas sessões de fotos, é preciso tomar alguns cuidados, como na hora de ajudar a modelo na posição. Tomar cuidado para não machucar a modelo, não deixar a mesma muito tempo na mesma posição. O fotógrafo não pode ter pressa, os resultados são ótimos. Tem também que ter criatividade para ousar nos ângulos e nas poses.
Em comparação com as modelos comuns, considero que elas têm os mesmos padrões de profissionalismo. Elas precisam estudar, cuidar do corpo e da mente.
VML: Para modelos sem deficiência, sabemos que o mercado exige corpos dentro de um determinado padrão de beleza. Existe um padrão solicitado para as pessoas com deficiência que atuam neste mercado?
Kica: Sim, todo o mercado exige um padrão, e quem tem deficiência também não está fora de determinadas regras impostas pela sociedade.
Dentro do mercado de moda, as pessoas sempre exigem um padrão de beleza. Para as pessoas sem deficiência é o padrão dos anos 60, magras, altas, etc. Para as pessoas com deficiência, isso não muda muito. Existe um padrão, a modelo precisa cuidar do corpo, não pode estar fora do peso, precisa ter cuidados com cabelo e com a pele.
Vaidade é fundamental para quem quer estar nesse mercado.
VML: Quais dicas você pode dar para as pessoas que querem seguir uma carreira nessa área?
Kica: Para seguir carreira, precisa seguir regras, é necessário estudar, cuidar da mente e do corpo. Para ser modelo não é só uma questão de passarela, mas precisa ser modelo na sociedade também. Cultura é fundamental, além de etiqueta e regras de boa maneira.
VML: Os salários ou cachês dos modelos com deficiência são muito diferentes dos pagos aos sem deficiência?
Kica: Infelizmente, sim. Por mais que elas tenham os mesmos requisitos, um aparelho ortopédico atrai muitos preconceitos. Aos poucos, vamos mudar essa realidade.

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