A dois anos da abertura dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro-2016, em 7 de setembro de 2016, os esportes adaptados do Brasil já começam a vislumbrar o legado de infraestrutura esportiva que o maior evento esportivo do mundo irá deixar. As obras do Centro Paraolímpico Brasileiro, localizado no Parque Estadual Fontes do Ipiranga, na capital de São Paulo, estão a todo vapor e nesta terça-feira, 9, receberam a inspeção do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, da secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Linamara Rizzo Battistella, que representa o governo estadual, do presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, do secretário Nacional de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, e de atletas do Time São Paulo.
O local será o principal centro de excelência do Brasil e da América Latina e um dos melhores do mundo, abrigando 15 modalidades paralímpicas. Construído pelo governo federal e pelo governo do Estado de São Paulo, em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, o Centro segue o conceito de países potência no esporte adaptado, como Ucrânia, China e Coreia do Sul. A entrega ocorrerá em 2015.
“A nossa ideia é de que esse centro seja reconhecido como é hoje o da Ucrânia e o da China. Não há um ranking que meça qualidade. Mas o que queremos é o alto nível das nossas instalações e do uso delas. Queremos aplicar ciência, medicina esportiva. São coisas que o CPB já investe há bastante tempo e que, agora, estará em nossa casa, em um centro nosso”, disse Andrew Parsons, presidente do CPB.
Além de legado para o esporte paralímpico, o CT será importante para as pessoas com deficiência, que se beneficiarão de pesquisas em diversas áreas científicas e tecnológicas e terão espaço para reabilitação em diversas deficiências. Será também local para crianças e jovens iniciarem a prática esportiva nas várias modalidades que serão desenvolvidas ali. O Centro de Treinamento está em uma área de preservação ambiental do Parque do Ipiranga, por isso o projeto arquitetônico está em harmonia com a vegetação e a topografia da região e a vegetação nativa foi preservada.
Centro de Excelência
O Centro Paraolímpico Brasileiro será um local para treinamentos, competições e intercâmbios de atletas e equipes principais; treinamento para futuras gerações de atletas de esportes adaptados; preparação física; formação de técnicos, árbitros, gestores e outros profissionais; e desenvolvimento das ciências do esporte, no conceito de atuação interdisciplinar envolvendo medicina, fisioterapia, psicologia, fisiologia, biomecânica, nutrição e metodologia do treinamento, entre outras áreas. Outro objetivo é apoiar países da América Latina e da África no desenvolvimento do esporte paralímpico e na preparação de diversas gerações de atletas.
O local terá instalações esportivas indoor e outdoor, uma área residencial composta por alojamentos para 280 pessoas, refeitório e lavanderia e o Centro de Medicina e Ciências do Esporte, além de academia, vestiários e outros espaços de apoio.
O Centro integrará a Rede Nacional de Treinamento, que está sendo estruturada em todo o país para modalidades de alto rendimento, e faz parte do Plano Brasil Medalhas 2016 – programa de incremento à preparação dos atletas do país para os Jogos Rio 2016.
O Brasil é uma das potências do esporte paralímpico mundial (9º lugar em Pequim 2008; e 7º em Londres 2012). A meta é ficar em 5º nos Jogos Rio 2016. O ano de 2013 foi o melhor ano pós Jogos Paralímpicos para o Brasil: foram 78 medalhas em provas que compõem o programa dos Jogos Rio-2016. O Centro em São Paulo, que abrigará a reta final da preparação da delegação brasileira que vai disputar os Jogos do Rio de Janeiro, será relevante para manter essa performance ascendente e alcançar a meta de ficar entre os cinco primeiros.