Em uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), no Campo das Vertentes, pequenas placas de um sistema elétrico são capazes de mudar a vida de pessoas com deficiência. As placas são sensores que levam estímulo elétrico do músculo do antebraço, responsável pelos movimentos dos dedos, para uma mão robô, por exemplo. O objetivo dos estudantes é aplicar a pesquisa na reabilitação de pessoas que por algum motivo perderam os movimentos, e ainda na indústria, para garantir mais segurança ao trabalhador.
Já se foram um ano e seis meses de estudo e testes em um laboratório do Núcleo de Tecnologia Assistida. A tecnologia mede e identifica as variações de impulsos elétricos nos músculos e responde ao estímulo. “A gente trabalha com três eletrodos. Um deles é referência, e com os outros a gente mede a diferença de potencial no músculo desejado. A partir desse nível, quando há movimento, a gente calibra para a pessoa”, explicou a pesquisadora Gabriela Reis.
A ideia é imitar os movimentos humanos da melhor maneira possível a custos mais baixos do que os encontrados no mercado. “Usamos sucata de parabólica e algumas peças bem mais baratas”, disse o doutorando em Biomecânica, Marcos Abdalla.
Os sensores de inércia mandam as informações para um computador e um programa que utiliza lógica estatística avalia o estímulo e envia a ordem para o robô, o que permite uma melhor resposta do movimento no ambiente em que está.
Parte do equipamento ainda é utilizada em outras duas pesquisas, que também estão voltadas para a reabilitação de pessoas com deficiência. “A ideia é saber como o paciente que tem alguma deficiência no antebraço está evoluindo”, afirmou o pesquisador Daniel Nolasco.
Fonte: G1