Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte criaram uma ferramenta importantíssima para pessoas com deficiência visual.
Cada degrau é um obstáculo a menos para Bruno Lima. A bengala é a única ferramenta que ele tem para andar com um mínimo de segurança nas ruas. Mas ela não evita os acidentes.
"Orelhão é um caso seríssimo, porque a bengala não consegue detectar a parte de cima do orelhão. Ela só consegue detectar o chão”, explica o professor Bruno Lima.
Vanessa já passou por situações mais graves. "Fui acidentada em dois bueiros: um na universidade, outro próximo à minha casa. Ao chegar, caí, me machuquei, arranhou as pernas e a cabeça também bateu, na hora que eu caí", lembra a funcionária pública.
Em Natal, como na maioria das cidades do Brasil, a situação das calçadas é esta: tem carro estacionado em local onde só deveria ter pedestre, tem calçada desnivelada. Uma delas foi transformada em escadaria. Isso sem falar nos buracos, nos postes, enfim, diversos problemas que são difíceis de ser combatidos.
Mas um grupo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte resolveu ajudar as pessoas com deficiência visual a enxergar estes problemas de outra forma.
O primeiro teste foi num estúdio, com obstáculos que simulam situações encontradas na rua. O projeto, apelidado de “olho biônico” usa a mesma técnica dos morcegos, que emitem ondas de ultrassom. Ao encontrar obstáculos, essas ondas retornam. Com base no tempo desse retorno, é possível calcular a distância até o objeto.
O sistema utiliza três sensores: um instalado na aba do boné. Outro na altura da cintura, na própria bengala; e o terceiro na ponta da bengala.
“Ele pega aquela emissão de som e transmite esse sinal para o sensor auditivo do deficiente visual, orientando ele sobre a distância, se é um buraco, a que distância está esse buraco ”, explica Ricardo Valentim, coordenador do projeto.
Um aplicativo, instalado no celular, emite os alertas sonoros. Levamos o equipamento para rua. Durante a caminhada a pessoa escuta mensagens diferentes. O resultado surpreendeu.
"Eu estou até emocionada, sabe, assim, de perceber que a gente vai poder andar na rua sem se machucar", afirma Vanessa da Silveira, funcionária pública.
E os pesquisadores disseram que gastaram um total de R$ 60 para desenvolver esse primeiro aparelho.
Fonte: Rede SACI