O humorista Rafinha Bastos afirma que tentou fazer um acordo com a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Paulo para evitar que a ação judicial movida pela entidade contra ele corresse em segunda instância.
No dia 29 de janeiro, o humorista derrotou a Apae de São Paulo em primeira instância na disputa judicial em torno de uma piada sobre a instituição e pessoas com deficiência.
Em nota, a associação afirma que as negociações foram "infrutíferas" e que recorreu da decisão. A ação corre em segunda instância.
Em entrevista à Folha, Rafinha disse que não comentou ou divulgou a decisão favorável a ele porque não queria dar a impressão de uma "briga" contra a entidade.
"Eu acho a Apae uma instituição sensacional, ela faz um trabalho muito legal e eu estou disposto a ajudar. Já tive reunião de conciliação com eles, me propus a fazer shows beneficentes", afirma o humorista.
Em ação movida em janeiro de 2012, a associação pedia indenização por danos à sua imagem (R$ 100 mil) e a proibição da venda do DVD "A Arte do Insulto" e de piadas sobre o tema em apresentações do humorista.
No DVD, ele diz que usou uma camisinha com efeito retardante e depois precisou "internar o pênis" na Apae. "Tá completamente retardado hoje em dia."
Sobre a questão, o humorista diz que espera ter liberdade de expressão. "Eu acho que o comediante, qualquer comunicador, tem que ter liberdade para falar. A gente precisa lutar por isso. Mas eu também não quero lutar pela liberdade de expressão para descer o pau na Apae. É uma das poucas instituições que considero séria."
"Eu brinco com eles porque eu brinco com todo mundo. E sempre vou brincar. Se é pejorativo, se não é pejorativo, se tem graça, se não tem graça, essa é uma análise muito subjetiva", afirma.