SRT aponta benefícios na contratação de PCDs

Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2015 apontam que 403.255 novas vagas foram criadas para PCDs. Porém, a lei ainda não é uma realidade para a maior parte das empresas

Foto de um senhor negro, sentado em uma cadeira de rodas, olhando curioso a tela de um notebook
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A contratação de pessoas com deficiência (PCDs) no mercado de trabalho pode trazer muitos benefícios à equipe, mas, até hoje, é um desafio mesmo sendo uma exigência legal. Como toda medida afirmativa, a lei ainda não é uma realidade para a maior parte das empresas. Apesar disso, dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2015 apontam que 403.255 novas vagas foram criadas para PCDs.

Desde 1991 existe a Lei 8.213, conhecida como lei de cotas, que obriga as empresas com mais de 100 funcionários a contratarem pessoas portadoras de deficiências. A lei prevê que uma determinada quantidade de vagas, que varia de 2% a 5% do número total de funcionários, deve ser reservada para pessoas com deficiência. O objetivo é dar oportunidade para que estas pessoas voltem a fazer parte da sociedade.

Mesmo realizando diversas ações para fazer com que as empresas cumpram a legislação, o Ministério do Trabalho revela que, se todas obedecessem o que determina a lei, pelo menos 764 mil postos de trabalho estariam disponíveis para pessoas com deficiência.

Diversidade

Segundo o coordenador-geral da Secretaria de Relações do Trabalho (SRT), Antonio Artequilino, a questão da inclusão de PCDs é uma oportunidade incrível para as empresas e organizações. Estudos mostram que promover a diversidade no mercado de trabalho traz muitos benefícios. A heterogeneidade enriquece a dinâmica grupal. “As pessoas são diferentes, seja como pensam, reagem ou por suas limitações. Mas existe uma barreira promovida pelo preconceito que só será superada por meio da educação”, revelou.

Para receber uma pessoa com deficiência, a empresa precisa fazer algumas adaptações, como instalações de rampas, de banheiros adaptados para cadeiras de rodas, de sinais sonoros e instruções em braille para deficientes visuais, entre outras. As maiores adaptações, no entanto, estão relacionadas a questões comportamentais. Os empregados não sabem lidar com as diferenças, a maioria não tiveram oportunidades de conviver com pessoas com deficiência. Por isso, a sensibilização de gestores e funcionários é fundamental.

A pessoa com deficiência pode trazer muitos benefícios para a organização. Seu potencial de produtividade pode ser igual ou superior à média dos outros trabalhadores. Além disso, a equipe terá muitos aprendizados sobre inclusão e cooperação. “É importante deixar claro que a pessoa com deficiência tem de ser vista como um ser humano capaz de desempenhar funções, desenvolver suas habilidades. A aceitação das limitações nos humaniza”, disse Artequilino.

Do ponto de vista de desempenho profissional, os funcionários deficientes deverão ser avaliados da mesma maneira que qualquer outro funcionário. O que será preciso avaliar permanentemente é o programa de inclusão em si: devem ser revistas periodicamente as fontes de recrutamento, os métodos de seleção e treinamento e as ações de sensibilização e integração, visando melhorar continuamente o programa. De acordo com Artequilino, é importante saber que a experiência exigida de um empregado “dito normal” não pode ser a mesma exigida de um trabalhador com deficiência.

Ano após ano, as políticas de inclusão procuram eliminar preconceitos, estereótipos e atitudes de gestores, entrevistadores ou colegas de trabalho que desvalorizam o direito das pessoas com deficiência de terem um trabalho de igual importância com os demais trabalhadores sem deficiência. Investir em informações que desmistifiquem tais preconceitos ainda é um ponto fundamental para garantir a existência de um ambiente de trabalho justo e inclusivo para os profissionais com deficiência ou usuários reabilitados pela Previdência Social.

Fonte: D24am

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