Festival de Cinema Acessível Kids anuncia programação para o segundo semestre de 2023

A iniciativa é um projeto de arte, educação e lazer para, principalmente, crianças com deficiência.

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O “Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional” anunciou a sua programação para o segundo semestre de 2023. A iniciativa é um projeto de arte, educação e lazer para, principalmente, crianças cegas ou com baixa visão, surdas ou com deficiência auditiva ou com deficiência intelectual ou cognitiva.

O projeto tem o reconhecimento da Unesco e foi selecionado para a 37ª edição do “Criança Esperança”. Ele estará em, pelo menos, mais cinco cidades do País até o final do ano: Brasília, de 11 a 14 de setembro; Recife, de 8 a 11 de outubro; Florianópolis, de 23 a 27 de outubro; e Rio de Janeiro e Niterói, de 5 a 11 de novembro. Os locais e horários em cada cidade ainda estão sendo definidos.

A iniciativa mostra como educação, cultura, tecnologia e solidariedade podem ser agentes de transformação e inclusão social das crianças com deficiência.

Neste ano, o projeto vai além das sessões de cinema com as tecnologias de acessibilidade (audiodescrição, Libras e legendas descritivas) e as oficinas para Educadores Inclusivos. Ele passou a ter uma Rede Virtual de compartilhamento de boas práticas inclusivas.

No dia 7 de agosto, o “Criança Esperança” anunciou que a OSC Mais Criança foi selecionada para participar da sua 38ª edição, em 2024. Ela vai participar com seu projeto “Festival de Cinema Acessível Kids”.

Em 12 de abril de 2023, o projeto esteve em São Paulo, na sala Kinoplex Itaim Bibi, com a exibição do filme “Meu Malvado Favorito”. Antes da sessão, foram distribuídos kits com pipoca e refrigerante gratuito para 355 crianças das escolas da rede pública, com e sem deficiência, inscritas para o evento.

O projeto nasceu há oito anos no Rio Grande do Sul, como Festival de Cinema Acessível. Ele foi idealizado pelo empreendedor e musicista Sidnei Schames, o Sid, presidente da OSC Mais Criança e diretor da empresa Som da Luz. Logo na estreia, em 2015, seu filho, David, com oito anos na época, não pôde entrar no cinema, por não ter a idade necessária.

Ele falou: “Meu pai criou um Festival Acessível para os outros; mas não é acessível para mim!”. Logo depois, transformou a indignação em projeto: “Pai, que tal a gente criar também um festival para as crianças? Já tenho até nome e slogan: ‘Festival de Cinema Acessível Kids, leve seu pai ao cinema!”.

Esse é o projeto que em 2016 recebeu a chancela da Unesco. Em 2017, estreou nos cinemas e, em 2021, foi selecionado para a 36ª edição do “Programa Criança Esperança. No ano passado, saiu pela primeira vez dos limites da região Sul e percorreu outros estados, com capacitação de professores de escolas da rede pública e privadas a serviço da inclusão educacional.

Até hoje, o Festival de Cinema Acessível foi assistido por cerca de 20.500 pessoas em suas versões adulto e infantil. Ele já esteve em 37 cidades (São Paulo, Natal e Brasília, além de 32 no Rio Grande do Sul e duas em Santa Catarina – Lages e Chapecó). Ao todo, o Festival teve 110 exibições.

O “Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional”, Edição 2023, que tem a produção do Som da Luz, conta com o apoio nacional da Salesforce, Total Seguros, Bem Promotora, BRDE, Outback, Abbraccio, Gontof Comunicação, Sopa Digital, Dextera, Studio.Z, Mundo Melhor e Senado Federal.

Diferencial do Festival

O Festival de Cinema Acessível Kids traz como diferencial a adaptação de obras cinematográficas infanto-juvenis, mas que fazem sucesso com a família toda. Oferece conteúdo acessível de qualidade para uma parcela da população privada do direito de ter acesso à magia do cinema. As ações de inclusão cultural para o público das pessoas com deficiência são raras e, quando existem, invariavelmente assistencialistas.

De acordo com Schames, os filmes têm audiodescrição das cenas para quem não enxerga, janela de Libras para quem não ouve e legendas descritivas para quem não sabe Libras. “Tudo é gravado em estúdio para chegar às telas de cinema com toda a acessibilidade necessária. É preciso tecnologia e muita sensibilidade”, diz.

E acrescenta: “Todos somos diferentes, mas podemos compartilhar uma mesma sala de cinema. Nas sessões tem o pai com deficiência visual, com o filho que enxerga; a filha com deficiência auditiva com a mãe que escuta, crianças com deficiência intelectual ou cognitiva e todos estão juntos se divertindo dentro do cinema”.

David, hoje com 16 anos, diz: “criamos o Festival para todo mundo ser igual. Não igual no sentido de ter as mesmas características, mas os mesmos direitos e possibilidades. É um momento de inclusão estar todo mundo, pessoas com e sem deficiência, assistindo ao filme”.

Quando David e Sid contam sobre pessoas sem deficiência, eles se referem também a quem vai às exibições como um exercício de aprendizado e empatia. “Fizemos sessões em escolas, onde as crianças assistem aos filmes de olhos fechados ou com venda nos olhos, para sentir como é um mundo sem imagens. Assim, esses alunos tentam se colocar na posição do outro e aprendem a entender e respeitar as diferenças”, reflete Sid.

Sid destaca as oficinas para pessoas educadoras iniciadas no ano passado. “Temos conseguido contribuir com as pessoas educadoras para fazer o acolhimento de forma adequada. Assim, cumprimos uma função muito importante, já que aumentamos – e precisamos ampliar ainda mais – a velocidade dessa mudança na sociedade. Se mostrarmos que a inclusão é perfeitamente possível, ela se torna natural. Estamos fazendo parte de uma história importante, do caminho da acessibilidade, de tudo para todas as pessoas”, diz Schames.

Ele espera atrair ainda mais cidades e apoiadores para 2024, à medida que o projeto se tornar mais conhecido e o país esteja mais estabilizado após a pandemia do Covid-19. “O anúncio de que participaremos do ‘Criança Esperança’ pelo terceiro ano consecutivo, feito no último dia 7, é um importante e emocionante reconhecimento do nosso trabalho. É também mais uma comprovação de que estamos no caminho certo na construção de uma sociedade melhor e igualitária”, diz Sid Schames.

Rede Virtual

Sobre a Rede Virtual de compartilhamento de boas práticas inclusivas, Sid Schames conta que a novidade incluiu a criação de um Portal que abriga o site da OSC Mais Criança e “outras instituições que também trabalham com a Diversidade, Inclusão Social e Cultural, Acessibilidade e outras questões que combatam as desigualdades e a discriminação”, afirma Sid.

O portal será lançado em agosto e terá uma sala de trocas de boas práticas sociais dos participantes dos eventos.

Lei de Inclusão

Em dezembro de 2015, a Lei Brasileira da Inclusão surgiu para reforçar o direito das pessoas com deficiência. Em seu primeiro artigo, ela diz que “é instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando a sua inclusão social e cidadania.”

A participação das pessoas com deficiência é um direito inquestionável, porém ainda não é concreto e pleno. “As leis existem, mas não são cumpridas na prática. Por isso, entendemos que projetos como esse, que promovem a acessibilidade e inclusão de todos, ainda são fundamentais. O Festival de Cinema Acessível Kids oferece conteúdo acessível de qualidade para uma parcela da população que é privada do direito de ter acesso à magia do cinema. As ações de inclusão cultural para o público das pessoas com deficiência são raras e, quando existem, invariavelmente assistencialistas”, diz Schames.

O Festival de Cinema Acessível Kids, assim como o Festival de Cinema Acessível, segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela ONU. Contribui diretamente para a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, promove a oportunidade de aprendizagem, crescimento inclusivo e sustentável da sociedade e oportuniza trabalho digno para todos (pessoas com e sem deficiência). “Estamos alinhados com os objetivos do desenvolvimento sustentável – ODS 4, ODS 8 e ODS 10 – e participamos diretamente da agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável”, conta o presidente da Mais Criança.

Títulos do acervo da Som da Luz na edição Kids

Avatar 1, Harry Poter 1 e Aladdim, Malévola; Meu Malvado Favorito; Universidade Monstro; Frozen Uma Aventura Congelante e Divertida Mente.

Com informações de assessoria de imprensa.

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