Refletir sobre a condição social das mulheres em diferentes contextos. Essa é a missão do Nós Tantas Outras, o encontro internacional bienal organizado pelo Sesc São Paulo que chega à terceira edição, com a meta de promover reflexões, considerando aspectos como raça, etnia, classe, orientação sexual, identidade de gênero, faixa etária, religiosidade, dentre outras. Desde a última edição, o encontro tem procurado fortalecer coletivos de mulheres que se organizam e atuam na diminuição da desigualdade de gênero.
Sob a pauta Fortalecendo Redes de Meninas e Mulheres, são realizados nove cursos de formação livre, além de bate-papos de abertura e dois encontros entre as integrantes de coletivos selecionados, também abertos ao público, para compartilharem conhecimentos e práticas. Tudo online e gratuito. A conversa entre comissão organizadora e coletivos de mulheres para a elaboração conjunta da programação, a partir das necessidades colocadas por elas, é uma novidade desta edição.
A programação acontece de 08 a 24 de setembro. As inscrições foram abertas para todas as pessoas e ainda podem ser feitas nas plataformas digitais do Sesc. São 400 vagas para as 50 aulas disponíveis. Cerca de 70 mulheres com diferentes vivências, realidades e áreas de atuação ministram os cursos de até 3 horas diárias e duração máxima de dez dias.
Nós Tantas Outras tem por intuito, criar oportunidades para a partilha de experiências pautadas em valores como igualdade, liberdade, solidariedade, paz e justiça, aprofundar conhecimentos, contribuir para o fortalecimento das ações em rede e a ruptura de estruturas culturais ainda desiguais, violentas e preconceituosas para meninas e mulheres.
PROGRAMAÇÃO
Captação de recursos para projetos audiovisuais de mulheres
20 a 23/09, das 18h30 às 21h
24/09, das 15h30 às 18h
Diversos projetos culturais enfrentam dificuldades na hora de buscar recursos e parcerias para sua realização. A partir de uma proposta selecionada pelo SESC, o Cinema na Escola, da produtora Flor Filmes, que é formada por quatro mães, conversa sobre as possibilidades de financiamento por meio de políticas públicas e também do mercado privado. Mulheres que já trilharam esses caminhos compartilham suas iniciativas e como viabilizam suas iniciativas. Elas falam sobre as oportunidades dos incentivos fiscais, dos editais, das parcerias com empresas e instituições, de estratégias, formatação de projetos, regras básicas e estilos de abordagem, além de propor exercícios práticos durante as aulas.
Curadoria: Debora Ivanov
37 vagas
Inscrições: de 1 a 18/9
COSIENDO PROJETOS SUSTENTÁVEIS: Como escrever e inscrever projetos em editais
16 a 23/09, das 14h às 16h
A globalização construiu a imigração como base legal, reconhecida como um direito. O mundo parece ter sido reduzido a uma pequena aldeia diante da velocidade da tecnologia atual, e todos têm o direito de fazer a sua vida onde se sentirem melhor. Imigrantes, independentemente do motivo pelo qual migram, a integração social e cultural continua sendo o último desafio a ser enfrentado e que exige esforço e coragem para que o país anfitrião seja um bom acolhedor e integrador exemplar. Orientar como se elaborar um projeto social para participar de editais públicos ou privados é uma das ações que ajudam a solucionar esse gargalo, favorecendo o acesso às oportunidades. Editais públicos têm regras específicas e os privados também. Logo, todas precisamos de aprendizados contínuos e com visões distintas. Trabalharemos conteúdos gerais e específicos e também serão mostrados exemplos de experiências exitosas de outros grupos em situação de vulnerabilidade semelhante.
Curadoria: Maria Nilda
40 vagas
Economia Feminista: Práticas de Transformação
15 e 20/09, das 19h às 21h
O curso apresenta a economia feminista que propõe uma ruptura com as formas dominantes de organizar a economia, colocando no centro processos econômicos que sustentam a vida e suas principais protagonistas, as mulheres trabalhadoras. Estas ideias são interpeladas por uma abordagem interseccional das relações entre classe, gênero e raça e desdobrados em práticas de transformação da economia pela agroecologia e pela economia solidária. Os pontos de partida são as trajetórias da SOF Sempreviva Organização Feminista e da UMPES União de mulheres produtoras da economia solidária de Peruíbe.
Curadoria: Miriam Nobre
40 vagas
Gênero e Deficiência: direitos para pessoas com deficiência e cuidadoras
15 a 23/09, das 10h às 12h30
Este curso propõe uma discussão ampla e popular sobre deficiência, direcionado principalmente a mulheres com deficiência e cuidadoras de pessoas com deficiência. Apresenta informações sobre as políticas públicas voltadas a essa população, bem como as dificuldades de acesso a esses direitos. As conversas trazem também um panorama da mulher com deficiência no Brasil em temas como trabalho e renda, educação, ética do cuidado e violência de gênero, bem como a discussão sobre comunicação acessível como ferramenta de acesso a informações e direitos de forma equânime.
Curadoria: Cristiane Kenne e Fernanda Vicari
150 vagas
Maracatu de Baque Virado: vivências de mulheres
15/09, das 19h às 21h
Nas conversas, é abordada a história de Mestra Joana no maracatu de baque virado, trazendo sua trajetória dentro da Nação Encanto do Pina; a importância do entendimento de que maracatu-nação está estritamente ligado à religião de matriz africana, no caso os terreiros de Tradição Nagô, além da importância das mulheres como pilares da existência dessa manifestação.
Curadoria: Mestra Joana Cavalcante
20 vagas
Práticas de autocuidado para mulheres de quebrada
15, 17, 20, 23 e 24/09, das 19h às 21h
A trajetória Práticas de autocuidado para mulheres de quebrada é uma proposta elaborada a partir da demanda trazida por mulheres da Coletiva Emana. Construímos um caminho de estudos vivenciais sobre corpo, saúde e autocuidado de mulheres de quebradas.
Curadoria: Romária Sampaio e Elânia Francisca
47 vagas
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DIVERSIDADE CULTURAL DO SESC
A iniciativa Diversidade Cultural do Sesc São Paulo contempla pessoas, populações e culturas cujos direitos encontram-se ameaçados, violados e/ou invisibilizados, em decorrência das iniquidades da estrutura social, construídas historicamente. A iniciativa atua nas seguintes áreas: Gênero e Sexualidade, Negritude, Povos Indígenas e Povos e Comunidades Tradicionais, tendo como parâmetros para a construção de ações, pesquisas e dados que revelam os contextos sociais referentes a essas populações, assim como as potências de seus conhecimentos, práticas e produções. Por meio de atividades e diretrizes que respeitam esse protagonismo e a escuta dessas populações, destinadas a pessoas de diferentes faixas etárias, o programa pretende criar espaços para convivência e troca, reconhecimento das diferentes cosmo percepções, tendo por objetivo a construção de uma sociedade mais equitativa, justa e não violenta.
Vinculado a essa iniciativa, Nós Tantas Outras foi desenvolvida em 2018 com a missão de fortalecer mulheres que se organizam de maneira horizontal e atuam na diminuição da desigualdade de gênero. Com edições bienais, a primeira foi realizada em 2018 e promoveu conferências e debates, com ativistas e pesquisadoras de países da América, Europa, Ásia e África. A segunda edição, em 2020, sob o título “Mulheres e Novos Imaginários”, focou nas experiências de coletivos de mulheres da América Latina, propiciando um espaço de troca e fortalecimento mútuo.
Da assessoria de imprensa