A educação a distância é um caminho sem volta, ela democratizou o ensino levando educação e formação para pessoas que residem longe dos centros mais desenvolvidos. Promoveu cidadania e permitiu que pessoas se inserissem no mercado de trabalho. E não só a graduação lança mão dessa modalidade de ensino, as pós-graduações lato e stricto sensu também já utilizam metodologias, recursos e tecnologias da educação a distância (EaD).
Nos últimos anos houve um aumento significativo nas matrículas nos cursos a distância. Segundo o Censo de Educação Superior de 2017, entre 2016 e 2017 houve um crescimento de 17,6% nessa modalidade. Dois são os fatores que apoiam esse crescimento vertiginoso do EaD, o preço e a flexibilidade. Em cursos online o aluno pode estudar onde e quando quiser, solução para quem deseja evitar grandes deslocamentos ou para quem já está no mercado e possui pouco tempo disponível. O custo acessível da modalidade EaD também garantiu o aumento do número de estudantes nessa modalidade.
Porém, estudar a distância não é para todos. Os alunos que optam pela modalidade a distância precisam ter disciplina e organização para chegarem a um bom resultado final. Leituras, tarefas a serem executadas, provas, participação em fóruns são apenas algumas das atividades a serem cumpridas pelos discentes dos cursos a distância.
O aluno opta se deseja cursar na modalidade a distância ou presencial, essa é uma escolha pessoal. A opção é para todos os estudantes, tendo eles deficiência ou não. Tenho lido alguns artigos que pregam que esse formato de ensino online é a solução para a educação de pessoas com deficiência, uma vez que o deslocamento pela cidade e a infraestrutura das instituições não mais seriam mais empecilho.
Discordo de forma veemente dessa colocação. A cidade e as instituições de ensino devem estar preparadas para receber o aluno com deficiência. Não é colocando a falta de preparo das cidades e das instituições debaixo do tapete que construiremos um futuro para todos. Por que as pessoas ditas “normais” podem escolher e a pessoa com deficiência não? Me parece um retrocesso querermos que as pessoas com deficiência fiquem em suas casas, tal como ocorria a muito pouco tempo atrás, quando elas eram mantidas dentro de suas casas por total falta de infraestrutura urbana, dentre outros fatores que não cabem aqui serem discutidos.
Vale lembrar que, a fim de asseguras os direitos de participação econômica, social e política das pessoas com deficiência, medidas legais, políticas e pedagógicas foram adotadas para conferirem a educação inclusiva o status de política pública. Assim, a rede regular de ensino deve estar apta a receber a todos. O acesso ao sistema educacional inclusivo deve ocorrer em todos os níveis educacionais e, para que a experiência inclusiva seja gratificante para pessoa com deficiência, adaptações pedagógicas, de infraestrutura e arquitetônica se fazem necessárias.
Cabe aqui uma ressalva, o ambiente virtual de aprendizagem também deve ter recursos de acessibilidade, como facilitares de leitura para disléxicos, possibilidade de interação “touch”, dentre outros. Não é porque estamos em um ambiente virtual de aprendizagem que iremos negligenciar das ferramentas que possibilitarão a inclusão de pessoas com deficiência.
Você deve estar se questionando, então, qual é o lugar da pessoa com deficiência? Simples, o lugar dela é onde ela quiser estar. Ela deve ter a opção de escolher o que julga melhor para sua vida, ela é livre, todos somos.