Adesivos com QR Code são espalhados por Barcelona para acessibilidade

A acessibilidade está no QR Code, que oferece informações aos usuários sobre o local onde estão, além de alertas de obstáculos até a plataforma de embarque

Ilustração com 15 QR Codes coloridos em 3 linhas
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Leia a matéria de Thaís Augusto para o CanalTech:

Adesivos espalhados pelo sistema de transporte público de Barcelona, na Espanha, têm guiado pessoas com deficiência visual que precisam encontrar seu caminho pela cidade. Neste caso, o segredo está no QR Code inserido no adesivo, que oferece informações aos usuários sobre o local onde estão, além de alertas de obstáculos até a plataforma de embarque.

O programa é do Transports Metropolitans de Barcelona (TMB) para tornar a cidade mais fácil de acessar por seus milhares de cidadãos com deficiência visual. Os adesivos coloridos têm sido espalhados pela rede de transporte da cidade nos últimos meses . As marcas estão sendo colocadas perto de saídas, plataformas, escadas rolantes, bilheterias, interfones e corredores.

O sistema de QR Code foi desenvolvido pelo Mobile Vision Research Lab da Universidade de Alicante, em parceria com a startup espanhola NaviLens. Usando uma câmera de smartphone e um aplicativo gratuito, pessoas com deficiência visual podem escanear os códigos e escutar as informações armazenadas dentro de cada um deles.

Com os adesivos, também é possível ouvir cronogramas de transporte público e descrições físicas do ambiente ao redor. No aplicativo, os usuários ainda podem baixar tags simples e personalizá-las para adicionar a qualquer coisa que quiserem, inclusive caixas de comida ou documentos pessoais.

De acordo com a NaviLens, para que seu sistema funcionasse, foi preciso recriar o código QR do zero. Tudo isso para que o adesivo de 5 polegadas de largura pudesse ser lido a uma distância de até 12 metros em um trigésimo de segundo – o tempo que uma câmera de smartphone leva para capturar um único quadro.

Com a tecnologia desenvolvida, o smartphone também não precisa ler o QR Code inteiro: basta que o usuário encaixe o adesivo em um ângulo de até 160º, mesmo em movimento. O aplicativo da NaviLens pode registrar mais de 200 tags em um único quadro. “Realmente parece mágica quando você lê um rótulo a vários metros de distância”, diz Juan Nuñez, residente em Barcelona com deficiência visual. “Até agora não havia alternativa senão aprender o layout das estações, memorizando as rotas a seguir”.

Quando os usuários varrem o ambiente com um smartphone, sinais de áudio permitem que eles encontrem e centralizem a tag no campo de visão do telefone. Uma sacudida no pulso faz com que os detalhes contidos na etiqueta sejam lidos – isso facilita a vida dos cegos, que geralmente mantêm uma mão ocupada com cão-guia ou bengala.

Outros usuários cegos e com deficiência visual fora de Barcelona também ficaram impressionados com a tecnologia. “Há um pouco de ceticismo no começo, mas logo se transforma em uma risadinha e um momento de surpresa: ‘Eu realmente detectei algo a metros de distância?'”, comentou o judoca cego, Marc Powell, que participou dos Jogos Paraolímpicos de 2012. “Sabendo o que está por aí: uma sala silenciosa, uma máquina de venda automática, essas coisas trazem o prédio de volta à vida”. Recentemente, o atleta também ajudou a chefiar o departamento de inovação do Royal National Institute for Blind People, do Reino Unido, que testa o sistema.

A NaviLens ainda conta que as informações do QR Code podem ser lidas em vários idiomas, com o smartphone selecionando automaticamente o idioma nativo do usuário – detalhe importante para uma cidade que recebe quase 10 milhões de visitantes todos os anos. Atualmente, o sistema está sendo expandido para todas as 159 estações de metrô e 2.400 pontos de ônibus da cidade catalã, totalizando milhares de tags que formarão uma infraestrutura de realidade aumentada.

Com o objetivo de expansão do serviço para outras cidades europeias em breve, a companhia entra em um mercado lotado de aplicativos de navegação assistivos, como o Be My Eyes, BlindSquare, DigitEyes e Moovit. A diferença é que a maioria destes aplicativos usam o GPS para guiar os usuários.

A Neosistec, empresa controladora da NaviLens, também desenvolveu um aplicativo separado para pessoas com visão que usa as tags para gerar sinalizações de realidade aumentada que direcionam os usuários ao seu destino.

Fonte: Canaltech

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