Cães poderão acompanhar pessoas com deficiência em ônibus e locais públicos de Curitiba

Tutores e respectivos animais deverão fazer um cadastro na prefeitura para receber credencial específica

Foto em close da mão de uma pessoa segurando a credencial de cão de assistência cadastrado
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Decreto da Prefeitura de Curitiba assinado no último dia 20 permite que pessoas com deficiência possam andar de ônibus e frequentar espaços de uso coletivo acompanhadas de cães de assistência. Antes, a legislação tratava apenas dos cães-guia acompanhantes de pessoas cegas. A circulação depende de uma credencial específica, a ser emitida pelo Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Os cães e tutores terão que apresentar documento de identificação do condutor, a carteira de vacinação do animal, informações sobre o profissional responsável pelo adestramento, fotografia do dono e do bicho.

O decreto impede a entrada dos cães de assistência em locais considerados críticos, como UTIs, centros cirúrgicos e postos de saúde. Além disso, só serão cadastrados animais de raças não agressivas.

O Henrique Armstron é autista e tem dois cães: o Jung e o Ashier. Periodicamente os animais acompanham o estudante universitário para a faculdade ou em outros percursos.

“Eles me dão segurança e conforto quando eu vou andar pela rua porque as vezes é muito estressante andar sozinho e eles me fazem companhia”, disse o estudante.

Rita Armstrong, mãe de Henrique, diz que os cãezinhos são fundamentais para manter a rotina e o estado emocional do filho. Mas ela relata que nem todo mundo entende isso.

“O que acontece? Enquanto eu estou explicando, defendendo esse lado, meu filho já se desgostou, já teve aquela rejeição pra ele no local”, conta.

A importância do cão de assistência como fiel escudeiro é unanimidade entre especialistas, que afirmam que os bichinhos contribuem pra diminuir a ansiedade, reduzem os episódios de estresse emocional e promovem a interação das pessoas autistas.

O assunto ganhou espaço e virou polêmica em agosto desse ano, em Curitiba, depois que o jovem Kaito Brito, que tem o transtorno do espectro autista num grau leve, foi impedido de embarcar em um ônibus do transporte coletivo com o cão de assistência.

De acordo com a presidente da Associação de Atendimento e Apoio ao Autista de Curitiba, Rosimeire Benites, a medida é bem vinda. Mas há muitos outros passos a serem dados

“Pro autista, ou pras pessoas que têm deficiência, existem muitas leis, mas infelizmente elas estão longe de ser cumpridas. Nós matamos um leão, um tigre, um elefante por dia, porque tudo que a gente vai fazer a gente tem que provar que existe uma lei pra ser cumprida”.

Serviço

O Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência é responsável pelo credenciamento e cadastramento dos cães de assistência, bem com o dos usuários.

O órgão também orienta o encaminhamento necessário ao treinamento dos animais e tira dúvidas sobre os procedimentos.

O departamento fica na Rua Schiller, 159, no Cristo Rei. O telefone para contato é: (41) 3221-2262.

Fonte: G1 Paraná RPC

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