O jogo de futebol entre Flamengo e Sport, realizado em 29 de julho, foi especial para 16 pessoas com deficiência da Associação de Proteção e Orientação aos Excepcionais (APOE), de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Utilizando um radinho de pilha, cada um pôde vivenciar tudo o que aconteceu dentro de campo com o Flamengo, seja pelo pequeno alto-falante ou pelos gritos da torcida. Além de assistir ao jogo, o grupo conheceu a sede do Flamengo, na Gávea.
A alegria e emoção estampadas naqueles 16 rostos já fazem todo o esforço valer a pena. Ir ao estádio de futebol e torcer para o clube do coração já é algo fantástico para um torcedor sem deficiência e com o hábito cultivado há anos. Para eles, é diferente. Não só pelo ineditismo. Não só pela forma especial de sentir cada momento.
Mas como um deficiente visual faz para acompanhar o máximo de detalhes possível de um jogo de futebol? É aí que entra o bom e velho radinho de pilha. O objeto funciona como uma ferramenta, parecida com o recurso de audiodescrição oferecido por TVs com sinal digital. Fora de campo, as reações da torcida dão um tempero a mais.
– Botei um fonezinho e acompanhei pelo rádio, para saber com quem estava a bola, acompanhar as faltas, os cartões, substituições… E ainda acompanho a reação da torcida. Esse trabalho que a gente tem de audiodescrição, que é um serviço novo para as pessoas com deficiência visual, se assemelha muito com a narração no rádio. É como um serviço de audiodescrição à moda antiga – disse Israel, de 40 anos.
A bagagem de volta para Campos é pesada. Além da goleada dentro de campo que manteve a primeira colocação do Brasileirão, toneladas de emoções absorvidas pelos mais diversos sentidos. O dia pode até ter sido cansativo, mas pergunta se eles não fariam de novo mais um milhão de vezes… Tudo vale a pena para seguir o líder. Seja como for.
Fonte: Globo Esporte