Conhela o café bistrô com funcionários com deficiência

Desde 1991, as grandes empresas são obrigadas a destinar um percentual de suas vagas para pessoas com deficiência

Foto de Jéssica sentada no balcão. Ela é jovem, branca e tem cabelos presos por um lenço
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Confira a matéria do G1 sobre o Bellatucci Café, pequeno estabelecimento paulista que contrata funcionários com deficiência:

Uma cafeteria em São Paulo é um exemplo de pequena empresa que já nasceu com o DNA inclusivo. Todos os funcionários contratados têm algum tipo de deficiência. São cinco ao todo. O Philippe Tavares, por exemplo, tem síndrome de down e é contratado fixo do café. Os outros trabalham uma vez por semana. A jornada para todos é de 4 horas por dia.

A dona da ideia, e hoje uma das sócias do negócio, é a Jéssica Pereira, que também tem síndrome de down. Foi de tanto ver e ajudar a mãe Ivania Pereira na cozinha quando era mais nova, que ela colocou na cabeça que queria virar empreendedora no ramo de alimentação. Jéssica queria montar um restaurante. A irmã Priscila Della Bella sugeriu algo mais simples: um café bistrô, que também servisse pratos rápidos.

“Conversei com meu marido, que também tinha o sonho de trabalhar com cozinha, e a gente não teve duvidas. Ele topou, a gente pegou o dinheiro que íamos investir na nossa casa e investimos aqui”, conta Priscila.

A Jessica, que já tinha trabalhado antes em outros lugares, também juntou um dinheiro na poupança e usou para abrir o café. O espaço é pequeno para a Jéssica e a família dela darem conta de tudo. No cardápio, o nhoque de mandioquinha preparado por ela é o carro-chefe.

Foco no negócio

O café aberto pela Jéssica é uma exceção à regra, como observa a Carolina Ignarra, que é cadeirante e há 18 anos montou a própria consultoria para ajudar empresas, grandes e pequenas, a criar uma cultura de inclusão. Ela explica que o trabalho dela é mostrar que um negócio é feito de pessoas.

Por lei, só empresas com mais de 100 funcionários são obrigadas a destinar vagas para pessoas com deficiência. A porcentagem varia de 2% a 5% dependendo do número de trabalhadores. A consultora explica que para uma empresa ser inclusiva ela precisa preparar líderes e gestores para apoiar essa transformação e acolher culturas diferentes. Também tornar o tema uma das metas de planejamento da empresa e fazer estudo de acessibilidade.

Segundo o último censo do IBGE, 6,7% da população tem algum tipo de deficiência. São quase 14 milhões de pessoas esperando uma chance pra se inserir no mercado de trabalho. A empreendedora Jéssica, que já está fazendo a parte dela, pensa agora em abrir um café no Rio de Janeiro.

Fonte: portal G1

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