Em Santa Catarina, youtuber usa internet para falar sobre inclusão

Natural de Florianópolis, Mariana Torquato é uma jovem com deficiência que utiliza o canal de vídeos para debater a inclusão e acessibilidade de pessoas com deficiência

Em um quarto com várias fotos, desenhos e textos na parede, uma jovem está de pé. Ela é branca de cabelos avermelhados e olhos claros, e fala gesticulando. A jovem não tem parte do braço esquerdo.
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Me encho de esperança em um futuro melhor quando encontro jovens como a Mariana Torquato, lutando pelo que acredita ser justo, não só para ela, mas para toda a sociedade. Ela é natural de Florianópolis e está fazendo sucesso no YouTube com uma proposta bem interessante. Mais do que isto, necessária. Ela tem deficiência física, e usa a internet para divulgar, criticar, elogiar e principalmente para promover ações de cidadania e igualdade.

No último vídeo postado, ela critica uma frase infeliz do prefeito eleito de São Paulo, João Doria Júnior, que usou o termo ‘defeituosas’ para se referir às crianças com deficiência da AACD. Realmente, o político cometeu uma gafe. Tem gente que acha que é muita patrulha se preocupar com essas nomenclaturas politicamente corretas. Algumas eu também acho. Por exemplo: anão é anão, cego é cego. Não vejo problema em falar assim, em vez de dizer pessoa com deficiência auditiva ou visual. Mas a palavra “defeituosa” é pesada, ultrapassada e tem uma conotação muito negativa, em nada contribuindo para a causa.

No vídeo, Mariana critica outra atitude de Doria, que prometeu nos primeiros dias da campanha eleitoral que ao chegar à prefeitura iria enxugar as contas públicas extinguindo secretarias, entre elas a da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. Após a repercussão negativa, ele voltou atrás e afirmou que manteria esta secretaria em seu governo. “Agora, de forma contraditória, ele diz que vai doar seu primeiro salário como prefeito de São Paulo para uma entidade que presta serviços a pessoas com deficiência. Isso é pura jogada de marketing pessoal, porque dinheiro ele sempre teve pra doar.”

A youtuber, que é formada em Administração Empresarial e estudante de Ciência e Tecnologia dos Alimentos, faz questão de frisar que não é de caridade que as pessoas com necessidades especiais precisam, mas sim de inclusão, por meio de políticas públicas que garantam seus direitos. “Existimos, mas não estamos na tv, nem no rádio, nem na política. Mas existimos, e não somos defeituosos”, reitera. Para conhecer o canal de Mariana no YouTube.

Fonte: Diário Catarinense

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