Estudos mais recentes negam a relação entre vacinas e autismo em crianças

A OMS (Organização Mundial da Saúde) esclarece que os pais não precisam se preocupar.

Foto em fundo branco com uma seringa e três frascos de vacina.
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Em 1998, o cientista Andrew Wakefield publicou na revista científica “The Lancet” um estudo que sugeria evidências de correlação entre vacinação para sarampo, rubéola e caxumba com o desenvolvimento de autismo em crianças.

A tese foi imediatamente refutada por uma série de epidemiologistas. Além disso, 10 dos 12 autores do estudo publicaram uma nota de retratação, dizendo que não era possível estabelecer relação causal entre vacinas e autismo.

O próprio Lancet publicou, em 2010, uma análise apontando problemas graves na pesquisa original, inclusive manipulação de dados. Anos depois, Wakefield foi acusado de violações éticas em razão desse estudo.

Mesmo assim, o estrago já havia sido feito. Nascia aí a lenda de que vacinas causam autismo – que continua viva até hoje para muitos pais e mães, mesmo diante de todas as evidências contrárias.

Campanha anti vacinação

A confusão, dizem os cientistas, vem do fato de que o autismo é geralmente diagnosticado por volta dos dois anos de idade – muitas vezes, coincidindo com o momento em que a criança toma doses finais de muitas vacinas obrigatórias.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) esclarece que os pais não precisam se preocupar. A Associação Americana de Pediatria também disponibiliza uma compilação de 16 páginas na qual pretende combater a onda de desinformação sobre o tema.

No entanto, os debates públicos sobre o assunto mostram que a questão ainda não está completamente esclarecida para muitos pais e até para figuras públicas e alguns políticos. Nos EUA, o movimento antivacinação é organizado para exercer pressão política e influenciar políticas públicas de saúde.

Donald Trump, presidente dos EUA, contou em 2014 a história de um de seus funcionários, cujo filho teria ficado com autismo após ser vacinado. Ele também publicou um tweet defendendo que crianças não fossem vacinadas.

Muitos ativistas anti-vacinação argumentam que vacinar ou não o filho deve ser decisão dos pais. No entanto, as consequências extrapolam o núcleo familiar e afetam toda a sociedade. Um estudo de 2016 mostra que o Texas pode, em breve, enfrentar uma epidemia de sarampo devido ao número alto de crianças sem a vacina. A OMS também alerta sobre os riscos para a saúde pública que a não vacinação pode trazer.

Estudos recentes

Além das evidências que apontam que o estudo de Wakefield tinha inconsistências graves, outros cientistas se dedicaram a analisar cientificamente o uso de vacinas e a ocorrência de autismo de várias maneiras.

Em nenhum dos estudos, mesmo os mais recentes, a ligação entre vacinas e autismo foi encontrada – nem mesmo nos casos de uso de vacinas pelas mães durante a gestação. Veja alguns materiais científicos relevantes sobre o tema:

“Vacinas não estão relacionadas ao autismo: uma metanálise de casos de controle e estudos em grupo baseada em evidências”, publicado em 2014.
“Exposição precoce à vacina tríplice viral e à vacinas contendo timerosal e o risco de ocorrência de desordem do espectro de autismo”, publicado em 2015.
“O status da ocorrência de autismo causado por vacina tríplice viral em crianças com irmãos mais velhos portadores e não-portadores de autismo nos EUA”, publicado em 2013.
“Associação entre infecção por influenza e vacinação durante a gravidez e risco de ocorrência de desordem do espectro de autismo”, publicado em 2017.
“Administração de vacinas contendo oftimerosal em macacos filhotes não resulta em comportamento similar ao autismo ou qualquer neuropatologia”, de 2015.

Fonte: Nexo

 

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