O portal G1 publicou uma reportagem sobre uma cachorra da raça pug que se comunica em Libras com donos surdos. Leia abaixo:
Uma cachorrinha da raça pug aprendeu a reconhecer a Língua Brasileira de Sinais (Libras) em Caxias do Sul, na serra gaúcha, e obedece a comandos dos donos, que são surdos. Os irmãos Tainá e Andrei Borges têm um canal na internet, onde compartilham vídeos com objetivo de difundir a inclusão. A mascote Bela já virou sucesso nas redes sociais.
“Minha nora começou a fazer aqui em casa, num fim de semana, o sinal de sentar. Fez para ela [Bela] uma, duas vezes, e botava a mão na bundinha dela, para ela sentar. Começava a dar em troca meia bolachinha para ela… e ela começou aprendendo um pouquinho. Então o primeiro sinal [que ela aprendeu] foi o de sentar”, conta a mãe de Tainá e Andrei, Aline Cardoso da Silva, que é intérprete de libras.
A Bela está coma família há quatro anos. Eles têm outra pug, a Babi, que está com eles há menos tempo, desde o fim do ano passado. As duas costumam correr para a porta quando alguém chega. Elas também ajudam em outras tarefas.
“Quando eu estou fora e a Tainá precisa acordar para ir a algum lugar, eu sempre lembro ela de deixar o telefone vibrando, mas eu tenho medo… Se o telefone cai, como ela vai acordar? Eu sei que a Bela e a Babi estiverem perto, elas começam a fazer ‘assim’ [arranhando] na cama até ela acordar”, diz Aline.
As cachorrinhas vêm sendo treinadas em casa, aos poucos. E há algum tempo, a Bela mostrou a tem habilidade de reconhecer Libras. Ela demora cerca de dois a três dias para obedecer aos comandos. O preferido dela, segundo Tainá, é o gesto para passear.
Com os vídeos nas redes sociais, a estudante pretende mostrar que não há mistério em aprender Libras. “Eu queria mostrar que o cachorro pode aprender sinais também, já que muitos ouvintes não querem aprender. Como um cachorro pode aprender? Achei legal mostrar isso. E viralizou muito!”, vibra.
Em um dos vídeos postados no canal, eles dão dicas de como ensinar um cachorro em Libras.
O adestrador Rodrigo Lunardi explica que a habilidade de Bela em compreender os sinais faz parte do instinto. Seria o primeiro estágio de um adestramento, e outros cães também podem aprender.
“Os cães são peritos em analisar a nossa expressão corporal. Eles não entendem português. Então, é uma fantasia das pessoas conversar, querer montar uma frase, fazer com que o cão entenda um texto. É muito melhor a gente não falar nada na primeira fase do treinamento e simplesmente direcionar o comportamento do cão com expressões corporais, barreiras, enfim. Tem vários métodos para facilitar a comunicação com o cão”, diz o especialista.
Ele acrescenta que é bom usar petiscos como recompensa. Agora, a família tenta fazer com que a Babi também entenda os sinais.
Fonte: G1