Bárbara Frias Silva

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Bárbara está próxima de seu namorado

Meu nome é Bárbara, tenho 21 anos, e tenho deficiência auditiva bilateral. Eu sempre ouvi tudo perfeitamente até os 12 anos, quando fui convidada para ir a um show de rock. Como nunca tinha ido em um, e é o sonho de toda criança, eu fui. Chegando lá, era tudo maravilhoso, e eu só queria ficar ao lado da caixa de som. Não sabia as consequências que isso iria me trazer.

Quando cheguei em casa, minha mãe falava comigo, mas eu só escutava um apito, e nada mais. No começo achei que era normal. O apito sumiu, mas a voz das pessoas diminuíram, muito! Fiquei um ano assim, sem contar pra ninguém o que estava acontecendo comigo. Percebi que estava ficando difícil a comunicação com as pessoas… então resolvi falar pro meu pai me levar no médico.

Fiz exames, e o resultado eu já previa. Perdi 55 decibéis de cada ouvido. Meu pai tinha condições de comprar o aparelho auditivo, mas eu queria aceitar que era deficiente auditiva, pra mim isso era o fim do mundo, eu era uma criança!

Aprendi a fazer linguagem labial, e nunca ninguém desconfiava da minha deficiência. Foi quando eu conheci meu namorado, e eu mal sabia que ele e toda a familia dele faziam parte da ADV (Associação dos Deficientes de Votorantim), cidade onde eu moro, interior de São Paulo.

Isso com certeza me ajudou muito. Encontrei esse grupo de apoio, que faz toda a diferença na minha vida. Aprendi a aceitar que deficiente não é aquele que não ouve, não enxerga ou nao anda…. aprendi que ser deficiente é não querer mudar sua forma de pensar, de agir. Hoje faço o uso do aparelho auditivo, e vejo o quanto eu perdi sem ele. "Acho que o que a gente precisa, é só alguém para nos mostrar o caminho certo." – Autor desconhecido.

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