Sempre fui uma pessoa independente, e sempre achei que jamais dependeria de ninguém, até o dia 22/05/2010, dia em que me levantei para ir para a faculdade e não cheguei lá! Dia em que, se eu tivesse ficado dormindo, talvez hoje eu estaria com as minhas duas pernas saudáveis. Mas… com tudo isso, aprendi que temos que tirar o "se" de nossas vidas, pois, quando é da vontade de Deus, nada mudará o destino! Com a graça de Deus, eu venci uma enorme barreira. Lógico que "amigos" não faltaram ao meu lado. Na hora, minha ficha não caiu. O médico entrou em meu quarto e me disse que a possibilidade de eu voltar a andar era praticamente nula. E hoje, depois de quase quatro anos passados de meu acidente, estou em pé, mancando, mas em pé!
Foi fácil receber diagnostico? Não… Porém, na cama de um hospital, não hesitei em dizer ao meu médico que, se eu tinha uma chance, mesmo que fosse mínima, eu iria lutar por ela, porque meu Deus é maior. E lutei.. Quando cheguei ao consultorio de meu médico andando com ajuda de um andador, percebi que ele se emocionou e que nem ele acreditava que me veria em pé. Se fui sempre forte? Não, não fui… chorei… tive minhas crises… mas hoje agradeço muito a Deus, à equipe médica que me atendeu e à minha familia, que, apesar de pequena, me deu um apoio imenso, e aos meus verdadeiros amigos, pois, se sou quem sou hoje, é graças a esses anjos que Deus colocou em minha minha vida!
É facil? Não, não é! Até porque acho que nosso país tem que mudar muito. Me sentia humilhada cada vez que precisava passar com médicos para fazer perícia, pois estes não têm sentimentos. Estes profissionais te humilham, contestam laudos de outros colegas de profissão, mesmo você estando cheia de ferros nas pernas, eles te humilham… Se me deixei abater por isso? Nunca… Jamais… Tenho duas filhas lindas, um marido, uma mãe e amigos que me apoiaram! Hoje, após quase quatro anos do meu acidente, posso dizer que sou vitoriosa!
Voltei a estudar. Se Deus quiser, logo serei professora. Voltei do meu acidente uma outra pessoa: mais forte, guerreira, sem vaidade, e luto dia a dia por um futuro melhor, não só para mim, mas para todos que nasceram ou ficaram deficientes, seja parcial ou totalmente… Temos que lutar por nossos direitos, que têm que ser mais divulgados, e eu estou disposta, a cada descoberta de direitos, a postar em redes sociais, mandar por e-mail, enfim… temos que lutar por nossos direitos!