Tive osteomielite quando criança. Cresci sem dar muita importância para meu braço. Fiquei praticamente quase 6 anos internada e fiz mais de 8 cirurgias no braço.
Quando entrei na escola, descobri o lado ruim de ter uma deficiência ou deformidade. Meus colegas de escola riam de mim, tiravam sarro e colocavam apelidos. Eu não conseguia escrever, já que não era canhota e tive que aprender a fazer tudo com a esquerda. Graças a Deus, tive uma excelente professora que me ajudou muito.
Comecei a trabalhar com 14 anos e tive que superar todas as minhas dificuldades, pois precisava trabalhar e meus pais eram muito pobres. Algumas vezes, faltava até alimento em casa.
Nas entrevistas, sempre escondi meu braço, mesmo quando estava muito quente. Eu morria de vergonha e tinha medo que não me dessem a vaga.
Hoje, tenho 36 anos, 22 anos de casada, tenho 4 filhos lindos com meu marido, que nunca se importou por eu ter um braço diferente. Batalho por um emprego melhor, e espero conseguir realizar meu sonho de uma boa colocação no mercado de trabalho, ainda mais com a lei de cotas.
Pretendo fazer um curso superior de Pedagogia em atribuição a minha história de vida. Ainda não tive oportunidade de realizar meu sonho, mas sei que não devo desistir e sim continuar a lutar para alcançar meus objetivos com garra e determinação.