O laboratório da Faculdade de Engenharia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) está desenvolvendo uma mão biônica que pode substituir funções da mão humana. A prótese pode revolucionar a vida de uma pessoa amputada, garantem os idealizadores. Ela consegue, por exemplo, captar sinais elétricos do corpo, permitindo a movimentação dos dedos.
O equipamento, no entanto, é apenas um dos projetos que estão sendo desenvolvidos na universidade. A maioria dos robôs e máquinas construídos no local já saíram do papel em outros países, mas dificilmente chegam até a população em função do alto custo. Por isso, surgiu um novo desafio. O coordenador do Laboratório de Excelência em Eletricidade, Automação e Sistemas Embarcados em Alta Confiabilidade da PUCRS, Fabian Vargas, explica que o objetivo é fortalecer o desenvolvimento de tecnologias nacionais. “Isso provoca a redução de custos, a inovação e agrega valor nesse tipo de produto”, afirma.
O professor de engenharia da PUCRS, Anderson Terroso, conta que este tipo de prótese produzida já existe no mercado e que o grande problema é o custo. “Estamos propondo algo de baixo custo. A impressão da mão não sai mais do que R$ 300 e os motores não vão passar de R$ 500”, diz. No mercado, o material poderia custar até R$ 20 mil. “É algo para atender as pessoas que não têm condições e fazer a inclusão delas”, acrescenta.
O projeto da mão biônica feita no Rio Grande do Sul vai além. A ideia é construir uma máquina para ensinar a linguagem de sinais a deficientes auditivos, mas isso ainda está apenas no papel. O objeto também foi utilizado para construir um robô pianista. Vargas conta que um dos objetivos é utilizar a invenção para ensinar música a crianças com deficiências visuais.
Os robôs também poderiam ser utilizados para acessar áreas perigosas e de alto risco para os seres humanos. No laboratório, já foi criado um veículo de operação remota com este objetivo. Já existem máquinas semelhantes a esta no mercado, mas por um custo 100 vezes maior. O engenheiro eletricista Rodrigo Carpe diz que o veículo foi construído pelo custo de R$ 1,5 mil. “Este preço é para o protótipo. Se fosse produzido em série o custo seria ainda menor”, afirma. Um aparelho com as mesmas funções chega ao mercado com o custo de R$ 20 mil atualmente, segundo ele. O robô é feito para se inserir principalmente em inspeções industriais, usinas, desastres naturais, zonas de conflito e guerra.
Algumas escolas já estimulam o despertar dos interesses dos alunos pela robótica desde cedo. Os alunos de uma escola de Ensino Médio, em Porto Alegre, participaram de aulas sobre o tema e já venceram quatro vezes uma competição de robôs escolares nos Estados Unidos. “Este ano a competição consistia em lançar bolas nos gols”, mostra o estudante Kin Max Gusmão, de 15 anos.
Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer de perto os projetos da PUCRS. “Eu sempre tive interesse por ciências em geral e por isso comecei a fazer aulas de robótica. Passei a gostar ainda mais”, diz o estudante Pablo Gonçalves.
Fonte: G1 Rio Grande do Sul