Confira artigo da Gazeta Digital assinado por Regina Oliveira, da Fundação Dorina Nowill para Cegos, sobre a importância do braille para pessoas cegas e com baixa visão.
Recentemente reconhecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, o Dia Mundial do Braille contribui para conscientização sobre a importância do Sistema como meio de comunicação e informação.
Isso porque, além da independência que ele proporciona, a representação tátil das letras é indispensável para a alfabetização de crianças cegas, assim como a transcrição de gráficos, símbolos matemáticos, ilustrações, entre outros símbolos que fazem parte do processo educacional.
Eu fui uma das beneficiadas por esse trabalho. Nasci com glaucoma congênito e era uma criança muito interessada em aprender. Quando perdi a visão, aos 7 anos, minha mãe encontrou na Fundação uma forma de me ensinar a ler e a escrever. Aqui aprendi o braille, que foi meu passaporte para chegar aonde estou hoje: trabalhando com o que mais gosto como coordenadora da revisão braille e em contato direto com as centenas de títulos produzidos.
De lá para cá, muitos avanços foram conquistados, mas ainda hoje é fundamental que organizações de todas as esferas sociais estejam dispostas e colaborem pela a acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência.
Por isso, iniciativas como a ampliação do investimento na expansão de parques gráficos auxilia na garantia do direito ao acesso à informação e educação. Com a aquisição de 26 novas máquinas de impressão braille, a Fundação Dorina alcançará a produção de até 450 mil páginas braille por dia, tornando-se uma das maiores do mundo em capacidade produtiva.
Esse é um passo importante que beneficiará milhares de brasileiros e brasileiras cegos. Mas ainda há um longo caminho pela frente que será trilhado apenas com o engajamento de toda a sociedade para fazer com que cada vez mais materiais e publicações acessíveis sejam disponibilizados.