Pessoas com deficiência que fizeram a diferença em sua época com inovações na ciência e nas artes artes são tema da mostra Grandes Nomes, Grandes Feitos, em São Paulo, no Memorial da Inclusão, no complexo do Memorial da América Latina, zona leste da cidade.
A mostra sensorial reúne 12 personalidades da história da humanidade com algum tipo de deficiência. A exposição pode ser visitada até o dia 19 de janeiro.
A instalação traz histórias de personalidades como o compositor Ludwig van Beethoven, que viveu entre os séculos 18 e 19, autor de músicas que até hoje estão presentes no cotidiano das pessoas. O alemão continuou a trabalhar mesmo após ficar surdo. Também foi retratada a pintora Anita Malfatti, um nome relevante do modernismo brasileiro, que tinha a mão e o braço direito atrofiados.
Segundo a museóloga do memorial, Carla Grião, a proposta é homenagear essas pessoas, ajudando a diminuir a invisibilidade dessa parcela da população. “Para mostrar que elas existem e contribuem para com a sociedade. Tirar a carga da deficiência, pensar o conteúdo do que fizeram e criaram”, afirmou Carla.
A vida da astrônoma norte-americana Henrietta Swan Leavitt aborda não só os problemas enfrentados devido à surdez, mas as dificuldades de gênero no século 19. “Temos que pensar o lugar da mulher naquele momento”, ressaltou a museóloga sobre o trabalho da norte-americana no Observatório Astronômico de Havard. “ Foi muito importante para o desenvolvimento da astronomia, a forma como ela conseguiu catalogar diversas constelações”, disse, ao comentar a história da astrônoma, que iniciou a carreira como voluntária.
A exposição aborda diversas áreas do conhecimento e vários tipos de deficiência. A acessibilidade de pessoas com deficiência é garantida por textos em braile, em português. Há peças sensoriais que facilitam a compreensão e despertam o interesse do público de diferentes idades.
Pode ser visto ainda o material de trabalho usado pela pintora expressionista brasileira Anita Malfatti. Também podem ser conferidas as técnicas usadas pelo fotógrafo cego Evgen Bavcar, em seu trabalho, e o modo como o compositor Ludwig van Beethoven, depois de ter perdido parte da audição, podia sentia as vibrações de sua 9ª Sinfonia.
Fonte: EBC Agência Brasil