Para milhares de brasileiros, fazer uma compra pela internet pode ser uma tarefa árdua, longa e frustrante. Estamos falando das pessoas que têm algum tipo de deficiência, que, no Brasil, são mais de 45 milhões, segundo o IBGE. Mesmo com a legislação a seu favor, esses consumidores não são incluídos no mundo das lojas virtuais, que cresce ano a ano.
É o que mostra o estudo “As principais barreiras de acesso em sites do e-commerce brasileiro – 2º Estudo de Acessibilidade em sites”. A publicação foi lançada nesta terça-feira (27/03), no Google Campus São Paulo. A iniciativa é do Web para Todos e do Ceweb.br com o apoio do W3C Brasil,
Os 15 sites de e-commerce mais acessados no Brasil, segundo o Ranking de Acessos do Alexa, passaram por uma análise criteriosa de especialistas em acessibilidade e usabilidade que fazem parte de um grupo de trabalho do Ceweb.br.
Os sites de compra analisados foram: Americanas.com, Casas Bahia, Centauro, Dafiti, Extra, Kabum, Kanui, Magazine Luiza, Netshoes, Ponto Frio, Ricardo Eletro, Saraiva, Shoptime, Submarino e Walmart. Não entraram na lista de avaliação buscadores de preço (como o Buscapé e o Zoom) e lojas exclusivamente de Market Place (como Mercado Livre, Enjoei e Elo7).
O estudo traça um panorama dessas lojas virtuais no quesito da acessibilidade digital e demonstra a extrema dificuldade que pessoas com deficiência (definitiva ou temporária) visual, motora, intelectual, auditiva e/ou múltipla, têm para completarem sozinhas o processo de compra. Os resultados foram analisados, também, pela equipe de direitos digitais do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que encontrou violações graves tanto do Código de Defesa do Consumidor quanto da Lei Brasileira de Inclusão.
Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o e-commerce brasileiro cresceu 12% no ano passado em relação a 2016 e movimentou R$ 59,9 bilhões. Para 2018, a projeção de crescimento é de 15%. “Queremos participar dessa expansão ajudando as lojas virtuais a pensarem de maneira inclusiva, a se adequarem à legislação e a receberem os milhões de consumidores que estão, hoje, esquecidos”, explica Simone Freire, idealizadora do Movimento Web para Todos.
“Nosso intuito com essa parceria é fazer com que a web seja, de fato, o ambiente democrático e inclusivo a que se propôs desde o início. Por isso, não só estudamos as barreiras de acesso, mas, principalmente, mostramos como quebrá-las e excluí-las”, afirma Vagner Diniz, gerente geral do W3C Brasil e do Ceweb.br/NIC.br.
Abaixo, selecionamos alguns dados do 2º Estudo de Acessibilidade em sites para se ter um panorama das dificuldades enfrentadas por usuários durante a navegação nessas lojas virtuais. Confira também a análise jurídica do Idec, com dicas simples e rápidas de como o consumidor pode fazer valer seus direitos.
Confira a nota completa do site do Movimento Web para Todos.